Em vias de lançar seu terceiro livro, poeta tem na genética e na geografia as influências do gênero literário
Por Daniel Medeiros,
Folha de Pernambuco
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Mariana Teles, poeta (Foto: Paulo Almeida/Folha de Pernambuco) |
O nome de Mariana Teles, poeta pernambucana de 22 anos, vem ganhando destaque e reconhecimento em um universo onde a presença feminina ainda é pequena. A poesia popular é uma paixão que ela abraçou desde muito cedo, hoje exercida em paralelo ao ofício de advogada. Entre uma atividade e outra de sua agenda atribulada, a escritora separa um tempo para preparar seu terceiro livro, ainda sem título, mas que deve ser lançando no primeiro semestre do próximo ano.
"Vai ser uma compilação das minhas várias vertentes. Não vai deixar de ter o fio condutor da minha história, que é a poesia popular, mas terá também artigos políticos e sociais. Será um reflexo da minha formação jurídica e da poesia como condicionante dessa formação", adianta.
A obra será publicada pela Editora Halley, do Piauí, mesmo selo que lançou os dois primeiro trabalhos dela: "De verso em verso" (2011) e "Um novo mar de Poesia" (2015).
A verve literária da advogada tem origem genética e geográfica. Filha do respeitado cantador de viola Valdir Teles, ela manteve contato direto com essas tradições. "Sou de Tuparetama, no Sertão do Pajeú, que é nacionalmente conhecida como uma região muito forte para a poesia popular nordestina. Nós exportamos para o mundo poetas como Rogaciano Leite, Lourival Batista, Dedé Monteiro Então, eu cresci tendo essas pessoas como meus ídolos", conta.
Mariana aprendeu a ler por meio dos cordéis que o pai trazia de suas viagens. Ainda criança, começou a escrever seus primeiros versos. Na adolescência, gravou um CD declamando alguns de seus poemas. O material fonográfico deu origem ao primeiro livro da artista, que lançou ainda mais um disco, chamado de "Predestinação". O fato de ser mulher nunca a impediu de estar entre os poetas, mas ela não nega que exista hostilidade à presença feminina nesse meio.
"Em qualquer atividade que a mulher entre e se destaque, ela vai sentir resistência. No Interior, por ser um ambiente extremamente machista, isso é muito forte. Mas estamos conseguindo conquistar um espaço de protagonistas. Hoje em dia, só no Pajeú, posso contar cerca de 15 mulheres que estão levantando essa bandeira, na militância da poesia popular", aponta.
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