segunda-feira, 2 de abril de 2018

Irmão de Eduardo Campos vai à Justiça apontando ‘sabotagem’ em avião

Em petição enviada à Polícia Federal, o advogado traz à tona um elemento que pode “mudar o curso da investigação”

 Ação Popular

Foto: Divulgação

O advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos, já admite, segundo ele, a “real possibilidade de sabotagem” da aeronave que levava o seu irmão e que caiu em Santos, no litoral de São Paulo, vitimando o então presidenciável e sua equipe, além da tripulação.

Antônio Campos informou que foi procurado por peritos que acompanham o caso e que eles apontaram a possibilidade de “sabotagem” que antes, de acordo com o próprio Campos, ele “resistia a admitir”. Com base nisso, o irmão de Eduardo Campos entrou com um requerimento para dar conhecimento às autoridades de “fortes indícios” e pedir “rigorosa apuração” do inquérito aberto para investigar a queda do avião.

Em petição enviada à Polícia Federal, o advogado traz à tona um elemento que pode “mudar o curso da investigação” e “transformar o acidente em homicídio culposo ou doloso”, segundo o documento enviado ao delegado responsável pelo caso, Rubens José Maleiner.

Esse elemento seria o sensor de velocidade (Speed Sensor) da aeronave, que não estaria em funcionamento durante o voo, segundo a petição de Campos.

“O Speed Sensor da aeronave à toda evidência foi desligado, intencional ou não, sendo essa última hipótese de não intencional improvável, o que caracteriza que o avião foi preparado para cair, o que caracteriza sabotagem e homicídio culposo ou doloso. Tal fato é grave e relevante na investigação da causa do acidente, podendo mudar o curso da investigação”, diz o documento.


A petição aponta ainda que o não funcionamento do sensor teria pego os pilotos de “surpresa” em um momento de nova tentativa de pouso no aeroporto de Guarujá, em São Paulo, após a primeira não ter sucesso.

“Sem o speed sensor, o avião não poderia jamais voar a 200 knots com flaps ainda por recolher ou em recolhimento. Acontecendo o acima descrito, a “armadilha” pegou de surpresa os pilotos no momento em que reiniciavam subida após aproximação perdida, sobrevoo da pista e curva à esquerda para retornar ao ponto de início de um novo procedimento de aproximação”, registra o requerimento, que informa que o comandante e o copiloto se “agarraram” aos manches “na tentativa de recuperar o avião do mergulho” em direção ao solo.

“Voando baixo como estavam, apanhados de surpresa com a PR-AFA (aeronave) mergulhando, sequer tiveram tempo de reduzir imediatamente os dois potentes motores. O acidente tornou-se inevitável. Na hipótese de um acidente encomendado, essa armadilha é algo inteiramente possível para o caso”, diz a petição.

O advogado ainda acusa o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) de “esconder dados” que forneceriam a informação de que os pilotos perderam o controle da aeronave durante o novo procedimento de aproximação do aeroporto de Guarujá.

“A negativa imperativa do Cenipa em fornecer os dados de voo colhidos pelos motores, através do Data Collection Unit, demonstra que o órgão pretendeu (e conseguiu) esconder dados que esclareceriam que os pilotos perderam, literalmente, o controle do PR-AFA”, diz o documento.

Além do encaminhamento ao delegado Rubens Maleiner, Campos vai dar conhecimento do requerimento ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao Ministério Público de São Paulo e ao juiz responsável pela ação de produção de provas do caso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário