A Polícia Federal deflagrou, ontem, mais uma fase da Operação Lava Jato, a primeira com base nas delações da Odebrecht. Os alvos foram pessoas ligadas a cinco senadores e um governador
Do blog
De Nill Junior
Os investigadores foram atrás
de provas sobre corrupção e lavagem de dinheiro, segundo o Jornal Nacional.
A operação foi batizada de Satélites porque os principais
suspeitos estão na órbita de políticos, são pessoas ligadas a eles. Por isso,
foi o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, que
autorizou as buscas a pedido da Procuradoria-Geral da República.
Policiais cumpriram 14 mandados: no Rio, em Salvador, em Maceió,
no Recife e em Brasília.
Os alvos foram empresários ligados a pelo menos cinco senadores
e um governador: Renan Calheiros, Eunício Oliveira e Valdir Raupp do PMDB;
Humberto Costa, do PT; Fernando Bezerra Coelho, do PSB; e o governador de
Alagoas, Renan Filho, do PMDB.
Senador Humberto Costa (Foto da Internet) |
Em Pernambuco, um dos alvos foi Mário Barbosa Beltrão, ligado ao senador Humberto Costa, do PT. Policiais fizeram buscas na empresa de Beltrão, a Engeman.
O empresário já foi citado na delação do ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras. Paulo Roberto Costa contou que Mário Beltrão pediu
R$ 1 milhão desviados da Petrobras para a campanha de Humberto Costa ao Senado,
em 2010.
O senador se defendeu: “Eu não tenho nenhum comprometimento com
qualquer tipo de crime, de irregularidade e tenho certeza de que isso será
reafirmado por essa ação que foi feita hoje”.
Nessa mesma obra os investigadores relatam pagamento de propina
ao senador Fernando Bezerra Coelho, do PSB, no valor de R$ 1 milhão para a
campanha de 2014 ao Senado. Segundo os investigadores, quando a propina foi
pedida, em 2013, ele era ministro da Integração Nacional e responsável pela
obra. Delatores disseram que o dinheiro saiu do departamento de propina da
construtora.
Os investigadores pediram as buscas afirmando que não há
comprovação de que o dinheiro foi de fato para a campanha.
Foi a sétima fase da Lava Jato com foco nos políticos e a
primeira vez que diligências foram feitas com base em informações das delações
de executivos e ex-executivos da Odebrecht.
O ministro também tem que decidir se mantém ou não o conteúdo da
delação em segredo, mas não há prazo para isso.
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