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Manoel Filomeno de
Menezes, "Manoel Filó", nasceu no dia 13/10/1930.
Faleceu no dia 21 de mês de agosto de 2005, numa madrugada de um
domingo em São Jose do Egito, estando sepultado em Tuparetama.
No mês em que completa dez anos da partida do mestre Manoel
Filó,a edição de Agosto do CACUÁ DE CULTURA em São José do Egito,convida todo
Pajeú,Cariri Paraibano e todas as regiões,para prestar esta homenagem ,10 anos
de saudade de "Mané",que por todos os cantos por onde o poeta passou,
edificou amizades infindáveis.
Dentro da programação está prevista a missa em sua homenagem,e logo após o CAÇUÁ DE CULTURA que acontece sempre na terceira semana de cada mês na área aberta do MARCELO´S BAR,segue a programão da noite de homenagem com a presença de vários poetas declamadores,duplas de repentistas e forró pé de serra.
Veja abaixo um pouco da história do poeta Manoel Filó,retirado do site INTER POÉTICA.
DE CORPO PRESENTE
por Ésio Rafael
por Ésio Rafael
Cada acompanhante segurava uma lágrima rasa, oscilante, entre os olhos e a
garganta. Engolia seco, na medida em que desfiava uma história, um verso, uma
prosa ou uma "cunha" que Mané teria colocado como complemento de uma
piada que alguém lhe contara. Foi uma celebração à maneira Filó, caso fosse ele
o acompanhante (risos e lágrimas).
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Êita gôta!
por Jorge Filó
Falar de Manoel Filo é hoje um
misto de alegria, pela lembrança sadia a qual ele sempre nos remete, e do
sentimento imperativo da ausência irreversível, que as vezes chega a doer que
só uma ferroada dum cavalo-do-cão, que, segundo ele, em uma de suas magníficas
comparações, o cabra tem que sair atrás dum canto pra se lavar depois da
ferroada.
Estes versos escrevi especialmente para publicação de seu livro "As Curvas
do Meu Caminho", publicado em 2003.
GENEALOGIA
O poeta já nasce destinado
Desde a hora de sua geração
Cada veia que sai do coração
É um verso a pulsar acelerado
Pela deusa da musa é coroado
Do castelo dos sonhos é o rei
Tudo quanto improvisa vira lei
Quando quer, tudo pode, tudo cria
Trago o gen imortal da poesia
Pela força do sangue que herdei.
Aprendi com meu grande professor
Que o xexéu o piston a tarde emuda
Que no mundo não há quem não se iluda
No caminho de pedras do amor
Aprendi os segredos que há na flor
E que tudo na vida quanto sei
Foi porque minha vida eu debrucei
Pra melhor entender FiloSOFIA
Trago o gen imortal da poesia
Pela força do sangue que herdei.
Jorge Filó
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MANOEL FILÓ
por Zelito Nunes
"Cantar devia ter sido
Minha primitiva escola
Ter os dedos calejados
Dos arames da viola
Cantar como o xexéu preto
Na solidão da gaiola"
Manoel Filomeno de Menezes, Manoel Filó, nasceu no dia 13/10/1930, na fazenda
Taboado no então município de Afogados da Ingazeira. O Taboado situa-se a uns
cinco quilômetros do povoado de Jabitacá, contemplando a serra da Carnaíba que
faz fronteira com a Paraíba e na época era propriedade de Chico Cazuza e dona
Mariquinha que era tia do poeta.
Mariquinha era irmã de Tereza Maria de Jesus mãe de Manoel e mãe do também
poeta Heleno Rafael, "Heleno de Tia Mariquinha" como carinhosamente
nós o chamávamos. Maria de Jesus visitava a irmã, quando foi acudida nas dores
do parto, quando veio ao mundo o poeta Manoel que foi mais um dentre os doze
que viriam. Ainda criança foi morar com os pais o poeta José Filó e dona
Tereza, no pequeno ainda hoje, povoado de Mundo Novo, um lugar de várzeas e
riachos fecundos, perdido entre os municípios de Ouro Velho na Paraíba e São
José do Egito, em Pernambuco. Poeta por vocação e cigano por instinto, Manoel
passou a vida se mudando, tendo morado dentre outras cidades, em São Paulo,
Recife, Paulo Afonso, Monteiro e Arcoverde, (havia se mudado há três meses,
para a cidade-mãe da poesia, o seu porto mais seguro, São José do Egito). Foi
empresário bem sucedido no ramo de autopeças, mas a sua natureza de poeta, não
lhe permitia conviver com o espírito do lucro, vivia distribuindo o que
juntava, com os mais necessitados ou não, por isso a sua vida foi toda de altos
e baixos até o fim quando partiu levando somente uma alma de cara limpa, as
mãos vazias e um coração pleno de bondade e poesia. Não foi um grande cantador
por que não quis, (seguramente por uma questão de generosidade, para não
ofuscar o brilho dos companheiros).
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Dom Manoel - O Venturoso
por Maurício Tadeu de Menezes Torres
O dia amanhece serenamente, sobre as brisas afáveis da fresca manhã, Dom Manoel
se prepara para mais uma jornada. Seus fiéis súditos, embevecidos de honra pelo
soberano exemplar, auxiliam-no solenemente, num misto de melancolia e
felicidade de espírito.
Não há como mudar este ciclo. Dom Manoel parte e retorna com a naturalidade das
estações do ano. Nos períodos em que nos felicita com sua generosidade
presença, a benevolência altiva de sua aura dissemina-se, envolvendo a todos
com a complacência que lhe é infinitamente peculiar. Nos seus caminhos
infindáveis, por vezes tranqüilos e por muitas outras coroados de percalços,
ele segue estóico, irredutível na missão de semear o bem.
Em muitas paragens o sábio viandante confunde-se involuntariamente com os entes
comuns, ocultando a grandeza de sua alma superior. Mas o rei-poeta detem
inspiração admirável, nos presenteando com versejos de trovador; com estrofes
de bardo único.
Abnegado a pomposos palácios, Dom Manoel atua no reino da simplicidade,
edificando somente um potentoso castelo de admiração. E mesmo quando um dos
seus requer uma intervenção por errônea conduta, ele o orienta com sábias
admoestações, condenando espontaneamente a arrogância dos colossos de pés de
barro.
Hoje chega sereno à maturidade rodeado de escudeiros irradiando alegrias por
sua bela história. Muitos caminhos ainda hão de vir, e por esses caminhos
seguirá Dom Manoel - o venturoso - cavaleiro da placidez, Dom Quixote da
clarividência...
JORGE FILÓ é poeta e filho de Manoel Filó
ÉSIO RAFAEL é poeta e estudioso da cultura popular
ZELITO NUNES é poeta e estudioso da cultura popular
MAURÍCIO TADEU DE MENEZES TORRES é poeta e sobrinho de Manoel Filó
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